Conheço as Danças Circulares Sagradas desde 2005...
Nestes últimos anos tenho recebido uma quantidade enorme de informações e tenho vivenciado tantas emoções e sensações que acredito que é praticamente impossível para alguém continuar a mesma depois disso.
Sinto-me jorrando criatividade, alegria e tenho certeza que tem sido bem mais fácil conviver comigo, pois estou mais paciente, trabalho mais em grupo e a comunicação flui melhor!
Como a dança possibilita estas mudanças?
"Tudo o que move é sagrado e remove as montanhas com todo cuidado, meu amor ..." (Guedes & Bastos, 1986).
MOVER no dicionário: 1. Fazer mudar de lugar, remover. 2. Dar ou comunicar movimento a, pôr em movimento. 3. Exercer movimento com; mexer...
MOVER é a possibilidade de sair do lugar, e isso responde a pergunta - pois o movimento interno reflete o externo. Para mim, a dança permite perceber o nosso lugar na vida, o sentimento, a sensação corporal - e, a partir daí, viabilizar ações concretas.
O dançar sempre esteve presente em minha vida, não só como "movimento", mas principalmente como expressão. A infância envolveu-se com o sonho da bailarina; a juventude, com a irreverência dos anos 80/90, quando sábados e mais sábados resumiam-se a ensaiar: aulas de jazz, afro-jazz, segundo lugar no concurso Nacional de Danças... fora sapateado. Na verdade, dançar é sinonimo de exprimir o ser vivo e pulsante que reside dentro de mim, e que, na maior parte das vezes, não encontra uma forma fácil de se mostrar.
A primeira vez que me vi num círculo foi num momento inesquecível de minha vida: estava com problemas de saúde. Nem me lembro mais como fiquei sabendo, mas me interessei pelo título: o que seriam essas tais Danças Circulares Sagradas? Fui para o local que anunciava as tais Danças e, quando cheguei, sentei-me para observar. As pessoas se divertiam como crianças. Uma delas se aproximou de mim e me chamou para dançar...no momento em que eu estava, só eu sei o que aquele gesto representou para mim...senti tanto acolhimento, que dancei o dia inteiro. O meu corpo pedia para parar, pois estava debilitado, mas havia encontrado um aconchego tão grande naqueles círculos de desconhecidos que sorriam para mim, que fui ficando... E com certeza, foi lá que me apaixonei pelas dancas, foi lá que minhas memórias celulares me re-lembraram do quanto eu precisava estar em movimento, e a partir daquele dia, saí da letargia em que me encontrava. E, mais uma vez, a vida estava certa: "quando o discípulo está pronto, o mestre aparece!"
Estar num círculo amplia minha consciência individual e grupal, pelos jogos, pelas músicas, pela ludicidade, pela meditação, pela ampliação da percepção do corpo, pela energia que se forma, pelas sensações de um respirar profundo, pela vibração, pela pulsação em direção à vitalidade, pelo sagrado de ver-se e ver ao outro, pelo espelho, pelo ritmo e pela paz!
O principal é estar aberta para a vida; e quando isso envolve relacionamentos, a roda é um grande aprendizado de aceitação, paciência, reconhecimento, consideração e amor! O caminho é mesmo as rodas se duplicarem, triplicarem, quadruplicarem... porque o mundo está sedento de mais ecologia nos relacionamentos!
Aí veio o curso de Formação, a viagem para Findhorn... mas isso é história para outros posts...